quarta-feira, 17 de setembro de 2014

ANTOLOGIA POÉTICA UFF 1996 * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Antologia Poética
Vol2 Uff
Universidade Federal Fluminense,
Org Comissão Editorial
Eduff 1996
*
ANTOLOGIA POÉTICA VOL2
é resultado do Festival de Poesia da Uff,
realizado constantemente, contando com toda a comunidade universitária e toda a sua vizinhança, o que inclui todo o leste fluminense e faz parte da inserção da Uff na região. 
Na edição de 1996 eu resolvi inscrever-me e experimentar, pela primeira vez, participar de um certame literário oficial, uma vez que até então só me envolvia em eventos alternativos, organizados por entidades culturais da sociedade ou grupos informais. Quando recebi o telefonema da Comissão Editorial informando que eu tinha obtido classificação suficiente para entrar na Antologia, juro, eu fiquei emocionado. Para se ter uma ideia, ela abre com um nome fortíssimo das letras nessa região, o renomado escritor, poeta e professor da faculdade de direito Alaôr Eduardo Scisínio, distando dele apenas quatro pontos, ou seja, eu sou o sexto colocado no festival.
A quantidade de nomes célebres no mundo literário é imenso, e, sem quere cometer injustiça, mas só a título de registro, cito Angelo de Oliveira Segrillo, Aristides Artur Soffiati Netto, Gisálio Cerqueira Filho, Henrique Augusto Martins Chaudon, Hilma Pereira Renauro, Maria Regina Moura, Maria Zilláh da Silva, entre os quais o nome de Antonio Cabral Filho, soava apenas como o de um menino que entro na sala errada.
O poema com que participei fala do choque causado pela sociedade desregrada, atirada ao consumo ilimitado e auto-destrutivo:

Do Pobre Arlequim

Nasci no sopé das montanhas
lá onde terminam os bosques
e as florestas se adensam

Bem cedo aprendi a brincar
com os habitantes desse mundo
onde reinam Sacis e Iaras

Ainda menino fui pras cidades
sem seio de mãe nem ombro de pai
órfão de noite e de dia

Segui sempre o sem-fim dos caminhos
e a poeira das estradas
tingiu de vermelho os meus sonhos

E o ronco do motor dos caminhões
é que ninou a soneca do menino
à sombra dos arbusto solidários

Meu prato requentado e rápido
eu soube sempre o seu sabor de sal
temperado de relento e sol

Na cidade sou um peixe fora d'água
e vez por outro ponho-me frente aos bares
perscrutando por que essa gente bebe tanto

O meu amor não sabe o pranto
tão fartas comigo foram as mulheres francas
em darem-se inteiras e detalhes tantos

Não prometo ser algum dia um gentleman
mas eu não mijo calçada a fora
após uns chopes com steinhägen
*

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